Residência Artística Serrinha, Bragança Paulista, setembro de 2025
- giudandreasilva
- 23 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de out.
“O que são as residências artísticas?”. Se eu tivesse que chutar qual a pergunta que mais escuto quando comento que fiz minha primeira residência no mundo da arte, seria essa pergunta. Para falar a verdade, se você tivesse me perguntado há 2 anos, eu também não saberia. Em março de 2024 encerrei meu último contrato como diretora de arte em uma agência publicitária e foi aí quando comecei a investigar direito - com tempo e dedicação - o que era o tal "mundo da arte". Uma das coisas que eu aprendi foi o que eram as residências artísticas. São programas que oferecem a artistas um espaço para trabalhar e desenvolver suas habilidades. Essas habilidades podem ser desenvolvidas através do contato com outros artistas residentes, com o orientador, o espaço físico.
Depois do meu primeiro ano feita a transição de carreira, eu achei que passava muito tempo sozinha no ateliê. Além disso, São Paulo não é exatamente a cidade mais arborizada do mundo. E era isso que eu precisava, conversar com outras pessoas e observar a natureza. Parecia que eu tinha espremido todo o suco que tinha no meu ateliê. Entrei no Instagram e logo fui para o perfil WOW - Women on Walls, criado pela Marina Bortoluzzi. O perfil se tornou uma espécie de guia, e pra minha sorte, eles tinham acabado de postar um compilado de residências artísticas que estavam com as inscrições abertas. Me inscrevi em três residências e para minha alegria passei em duas - a residência Serrinha e a residência NARA. A primeira em setembro e a segunda em novembro.
''Na panela de pressão''
Foi assim que nosso orientador, o artista Fábio Delduque, descreveu a residência. Uma semana e 15 artistas em um antigo pasto que agora atuava como ateliê coletivo. Além dos artistas e do orientador, curadores, críticos, alunos de escola e moradores da Serrinha (bairro em Bragança Paulista) vieram nos visitar.
O primeiro dia é tímido, nós sentamos em roda e nos apresentamos. As idades vão dos 20 e poucos aos 80 e tantos anos. Mas no segundo dia já parece que nos conhecemos e a intimidade cresce como em um acampamento de férias. Criamos, almoçamos e bebemos juntos. Sofremos e celebramos juntos - seja uma parte do projeto idealizado que já não faz sentido ou pelo Eureka! Aprendemos a nos apresentar, a contar nossos projetos, nossos valores, nossa pesquisa. Contamos uma, duas, três vezes e é natural a confiança que se cria.
No final dos dias normalmente assistíamos a alguma palestra ou peça. Assisti a gestora cultural Veridiana Aleixo nos contar sobre a teoria da cor Magenta e Denilson Santana nos contou sobre como fundou a Bienal do Sertão.
No final dos sete dias, eu sentia que tinha aprendido o equivalente a um mês - que foi o tempo mínimo que me levou a conseguir processar tudo que aconteceu ali. Conheci artistas talentosos que usufruiam de técnicas e abordaram temas os quais eu só podia sonhar em conhecer.
A experiência pareceu um sonho e me profissionalizou, o que lendo assim parecem dois conceitos que vivem longe um do outro. Foi um privilégio e eu sinto falta todo dia.
Embarco para Bogotá, Colômbia, na madrugada entre os dias 3 e 4 de novembro, onde ao invés de uma semana, serão três em outra cidade, outro país. E, diferente dos 15 artistas que me fizeram companhia, seremos apenas duas artistas - eu do Brasil e ela da Argentina.
Falo sobre essa próxima residência, e mais, aqui.






























Que seja transformador, agregador e transbordante de amor, criatividade e realização. Que cada pincelada leve um pouco da sua alma para o mundo. Quero saber td na sua volta